segunda-feira, junho 29, 2009

narcirexia 2

"Olhe para si mesmo

não enxerga além? Mais do que seus vibrantes olhos

inescrutáveis

mas ousam sonhar, perscrutadores..."


Quem é
O garboso jovem do sorriso doce
aparência tenra, beleza ímpar
um dia, beirando um lago
viu-se refletido
no espelho de águas

e curioso, procurava o irreconhecível

provando do seu mais malvado, irônico
destrutivo e corrompido

contempla o rosto, descontente
buscando o ser mais desumano

impassível, cruel-homem

o inimigo e irmão discreto

esquecido, passou tempos espreitando
uma fraqueza, criança tola

detém a força, recaída

e porventura mostra-se dócil e insolente

recalcado - gêmeo por natureza e separados por narciso

ao se atirar nos braços de eco


bem vindos à percepção irreal da persistencia
de uma subjetividade perversa
maligna até o osso
inconseqüente de raiz

Os dois jovens encaravam-se

mediam forças
tête-a-tete, de olhos injetados
disparando falácias que incidiam em ângulos incongruentes
centralizando mil sotaques de idiomas diferentes
sem conseguir pôr de lado um abraço
o bendit frut de vos ventre, do mágico
e da branca de neve.

2 comentários:

Pedro Zambarda disse...

A torre de babel individual.

Gostei mesmo.

ítalo puccini disse...

ritmo.

tem que saber como.

parabéns!