Falam que o contato é o mais sublime dos sentimentos. Mais importante do que expressar, é a informação trocada, os sentimentos e as compreensões geradas em conjunto. Coletivos inteligentes. Anizades. Grupos. Interação. Casais. Pais e filhos.
Manifestar alguma coisa não é apenas botar em palavras, nem em gestos. Tudo significa alguma coisa, seja por intenção ou apenas pela inércia de qualquer atitude. Pode não ter o sentido que você compreendeu, mas tem uma associação simples. Ou mais complexa.
O silêncio é outra atitude que comunica. Não são poucas pessoas que dizem que ele resolve situações. Menos ainda aquelas que dizem que o distanciamento é a resolução de muitos embates que não podem ser resolvidos no momento. Silêncio e tempo são abusados de seus significados.
Em música, em teoria musical, silêncio é um intervalo de notas que, agregadas em conjunto, gera o sentido da música. Pode ser entendido por outra palavra: pausa. No entanto, só faz sentido dar uma interrupção brusca se existem palavras entre cada silêncio.
Tudo comunica. Então, valorizar demais as palavras seria subestimar o valor delas. Seria achar que berros valem a pena, quando são tribais. Por outro lado, valorizar o silêncio é morrer corroído pelos seus próprios pensamentos. Morrer de ego. Não existem tempos que resolvem o problema de uma vida, e muito menos pausas que solucionam problemas de melodias. A música se resolve. O processo é o todo de uma obra, não o final. A comunicação deve rolar como ela quer: pela vontade das pessoas envolvidas.
Se você espera um silêncio que acabe com todos os males ou uma palavra que dê a salvação para toda a disarmonia, é melhor morrer tragado pela impiedade do tempo. É melhor morrer de esperança. Eu sinceramente não me categorizo nesse quesito. Quem domina seu tempo, normalmente decide suas atitudes. Eu não tenho esperanças.
Acho que só tenho duas mãos, dois olhos,
Um silêncio perpétuo de muitos, o ruído cativante de outros.