domingo, outubro 17, 2010

Meia noite não existe... hoje

Os ponteiros brincam
Com nossos anseios, indicam
Nossos atrasos, nos matam
Em cheio.

Os ponteiros são
Como flechas, então
Apodreço diante de pontaria
De seus eixos, adoraria
Sentir seu pulso,
Seu impulso.

Hoje sumiu uma hora
Enquanto andava sozinho, em madrugada pós-chuva,
Em secura de aquecimento global, em solidão comunitária,
Em cotidiano ordinário de metrópole.

Hoje sumiu um pedaço meu, um pedaço teu, correu um pedaço ateu
Por todos os homens, uma partícula cética do tempo perdido,
Desapareceu um número do binário do computador,
Gerando travamentos e sofrimentos.

Meia noite não existe hoje,
Nem a hora zero, nem a metade noturna,
Oportuna de se deliciar com a lua.

Meia noite não existe hoje,
Assim como não existem anos zerados,
Nem abstrações do vazio ou anseio
Hostil, há doces em todo o amargor.

Poetizo sobre horário de verão, mudo,
Para falar sobre tempo lunar, sobre a caminhada solar
Entre as trevas das faltas interiores de todo mundo.

2 comentários:

Guilan disse...

horários de verão, também perdi uma hora por causa dele.

Pedro Zambarda disse...

Todos perdem. Risos.