sábado, julho 27, 2013
Brancasnuvens
Ele sorriu, finalmente havia encontrado seu propósito.
Perfeito.
Estava tudo perfeito, não havia qualquer engano.
Bom, perfeito talvez não fosse a palavra exata.
Estava tudo certo, isso, tudo certo.
Exceto talvez.
Talvez pelo maldito cheiro de merda que se espalhava.
Mas não havia outro jeito.
A barriga era o único lugar para cortar, o único ponto vital acessível.
Pena q eu ela era tão sensível.
A tempestade havia passado, finalmente.
Brancasnuvens.
Por um momento pensou que, caso um dia tivesse uma filha, ela se chamaria Brancarnuvens.
Mas que nome idiota.
Tentou levantar-se, o corpo doía, as penas pareciam gelatina, e um sorriso tomava-lhe o rosto.
Limpou os cacos de vidro de seu paletó, mas manchas de sangue não sairíam tão facilmente.
Precisava partir, era hora de desaparecer na noite, e nunca mais ser visto.
26 anos e havia esperança, muita esperança.
O mundo poderia, talvez, se tornar um lugar melhor afinal.
Brancasnuvens.
Não, isso não soa bem.
Partiu, então.
Não havia tempo à perder.
Tudo estava perfeito.
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