sexta-feira, junho 06, 2008

Invenção Psicomorfotrópica de Mulher

Estive enferma por dois flebótomos
Que mistificaram minhas pernas
Construíram varizes, fístulas hilárias
Contrataram horrores divinas filárias

E pulsava a vulva vívida,
depreciativa luva bífida
Incidindo seus filetes suprarenais
Adjacência de corticóides
E eu com um asco estranho
Mas que vontade de lamber!

Que jovem fartura, desfigurada
Balançando ávida na maca
exibindo as hemorróidas
carcinomas uterinos, sarcomas da endocérvice
cistos ovarianos, líquen labial
numa posição vil à la papanicolaou

Sou a Deusa do Abscesso
vulvovaginite em excesso
e tudo o que preciso ó Doutor
são dois comprimidos pra dor.

5 comentários:

ítalo puccini disse...

sua poesia é muito própria.
reconheço-a sem precisar ler sua assinatura ao final. gosto disso.

parabéns pelo avanço-constante.

abração

ps: teu livro continua te esperando.

Thiago disse...

perfeito @_@
sério.

Aión disse...

Só digo uma coisa: ela prendeu minha atenção, levaste tua poesia para um campo que ainda não tinha conhecido. Muito bom, muito bom!

Anônimo disse...

Dor?

Pedro Zambarda disse...

Uma mulher obesa.

Obesamente lírica.

Guilan verborrágico.