quinta-feira, setembro 17, 2009

As chaves da prisão

Um pouco do teu caráter é
mau; fecha os olhos vaidoso;
puxa a venda;
decide não pertencer
a conhecer o mais negro porvir
É covarde e vai embora
sem se despedir.

A juventude que te é roubada
por quem havia de proteger
É vã, foi há tempos promessa.

Esta chaga que te adoece
cava um poço e atola na lama
faz-te penar à guisa de carma
inveja a luz que já foi tua arma!

Busca refúgio, como se fosse culpado
de um crime imaginário

Te mandam recados escandalizados
Te chamam de otário
Tudo em nome do amor
Foge de casa e esquece
a panela vazia
e a mulher que termina o seu dia
com ar de concubina

Faz tempo que se foi
Meu belo beija-flor
Não voltou mais
Preciso do teu mel
pras amarguras da vida, sim senhor

Faze loucuras tardias
Devaneio, ilusão
Atitude de perdedor
Te perguntei quais são
os sonhos que te fizeram assim...
Sem as chaves da prisão
o mundo se fez em mim

3 comentários:

Seu Fox disse...

"faça teu caminho devolta, e juste as letras que cairam no chão, meu amigo."

bah, impressionante guilan, não perdeu nada.

Pedro Zambarda disse...

perda da inocência. A prisão adquire os contornos do que se perdeu.

ítalo puccini disse...

voltasse com tudo!

tá muito bom!

abraço.