Já eram vinte e três horas, e nenhum deles havia chegado no lugar que marcamos. Foram pegos. Com o coração batendo num ritmo anormal, peguei minha bolsa e saí do recinto, olhando de forma quase paranóica para os lados. Um ônibus vinha na rua, e quase imediatamente fiz sinal. Entrei.
Tentando desviar meu pensamento das torturas que certamente já estariam sendo aplicadas nos meus companheiros, olhei para trás. Havia um homem ali, com roupas tipicamente vestidas por mafiosos e me olhando como se me avaliasse. Tendo certeza de que sua intenção não era dirigir-se a mim como um partido em potencial, levantei-me e desci no primeiro ponto possível.
Como suspeitava, o sombrio homem desceu também. Eu não sabia onde eu me encontrava, e seria inútil tentar achar conhecidos por ali. Apressei o passo e puxei minha pistola; a última coisa que queria era usá-la, mas o homem estava pedindo isso.
Ele era mais rápido do que eu, com certeza vou "cair" dessa vez. Como Domenic e Estela. Como todos os homens que admiro. O sujeito me alcançou. Era o fim. Pegou meu ombro. Tentei atirar. Não podia. Não sou assasina. Calmamente, ele disse:
-Moça, deixou seu relógio cair.
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Colocado com linhas separando os parágrafos porque eu não lembro como coloca (/incompetente). Ficou bem menor que o original, no papel. E sim, tá simples.
sábado, fevereiro 24, 2007
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2 comentários:
Interessante, me prendeu a atenção do início ao fim.
Simplicidade numa crônica, às vezes, é essencial.
Gostei do ar misterioso, continue praticando.
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