terça-feira, abril 03, 2007

Tristeza do Outono

Gentem.

Abismado como estou com esse radical início de mudanças climáticas, deixo aqui meu protesto para com o clima e nós mesmos. Gostaria de pedir à própria atmosfera para parar de se auto-aquecer, mas um singelo poeta tem poder apenas de observar os fatos, e contar a seu bel-prazer o que lhe convém ou o que seu Eu Lírico trama.



Tristeza do Outono

Sob a laranjeira penso
Divago na sombra fresca
O sol lá em cima arde
E a gente aqui embaixo, sede

Do sul os ventos álgidos
Dão lugar a um mormaço diáfano
Para dar o sabor outonal
E as folhas ainda verdes
Não douram - calor infernal

Na minha rede estirado
Sob a fresca sombra enfado
Suspiro - mais carbono
Para tristeza do outono.

3 comentários:

Pedro Zambarda disse...

Outono é como melancolia.
Tristeza não só manifesta em lágrimas.

Mas eu gosto de melancolia, muitas vezes =]

E "Gentem" foi foda. Parece VideoShow!

Pedro Zambarda disse...

Aquecimento global é só um coadjuvante muito bem-vindo.

Anônimo disse...

Enquanto o mundo se aquece, seus habitantes se esfriam.

É a termodinâmica, a eterna termodinâmica!...