nem todo dia decora-se a arenga
austera verborragia de poeta molenga
pois bem, entoarei cantoria indígena
ao meio-dia, nesta ermida
prosa alquebrada, toda malfeita
atroz frenesi com iguaria suspeita
imagens de arcanjos desconexos
promovem bacanais nesta capela prístina
e os ébrios comandam o ritmo
dançam e giram em um só pé
com selvageria de um só pã
anjos e demônios sibilam nas pautas
que transcrevem valsas homéricas
e a siringe causa flutuar
toda a súcia que parasita as épocas
eis que chega aquela freira cética
toda faceira em moda de buda
todos os mantras da ayurvédica
ela tira no saltério, delírio da platéia
eis que chega Grandão-Mor, convidado de luxo
é sapiente, vossa onisciência máxima
não resiste à música, e entra na dança
e toma a mão da freira, ao amor se lança
aquele ateu vizinho, mal humorado
convida a polícia fazer parte da festa
eles expulsos da Igrejinha; acabou-se a dança
desligou-se a música, apagaram-se as luzes.
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uma das parlendas que eu mais me lembro de quando era criança era a Roda Cutia.
Roda Cutia, de noite e de dia, O galo cantou e a casa caiu.
quarta-feira, junho 18, 2008
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3 comentários:
Verborragia pagã!
Coisa da satã.
Por quem foi feita essa poesia?
por mim, hehee
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