segunda-feira, agosto 03, 2009

Festa cheia

Uma coisa leva à outra, e essa a mais uma.
Uma festa, longe de casa, longe de regras.
O limite nem mais é a consciência, a moral.
O raciocínio esvai-se, apenas se mexe.

-Anda, mexa-se!, diz a situação,
Alguém que não se mexe, não existe em tal lugar.
Está tão frio, por que não bebe algo para esquentar?

Taças, e copos, e taças, música, copo, música.
A música gira o mundo, o pensamento, o chão.
Música, copo, música, copo, copo, corpo...

Tudo balança e mexe como uma harmonia.
O álcool no sangue, parece combustível.
A música o motor, o chão a estrada,
estrada que vai levando, levando...

Apenas curte esse momento, curte,
pois não se sabe se é permitida
uma lembrança do que ocorrer.

O corpo se mexe por impulso.
Tudo vai ficando mais extenso, intenso.
Tudo vai...girando...andando...mexendo...

O corpo que não é meu,
também se mexe, se mexe como eu,
Mas tal como o meu, não tem rosto.
Só tem corpo, copo, corpo, copo...

A festa estende-se pela noite sombria.
A memória esvai-se pela festa cheia.
Cheia, cheia, cheia de corpos sem rosto.

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