Pensamentos adormecem sob as muralhas, e na imensidão das brumas vislumbro o amanhecer.
A ausência do desconhecido.
Um querer ser.
Uma espera eterna de algo impróprio.
Um caminho condenado aos olhos dos outros.
Sois mulher de mil estrelas, à magia condenada.
És diurna tua beleza.
Porém noturna tua jornada.
- Não encontrarás a felicidade nessa estrada, estranha.
* Mas é este o caminho que quero seguir!
- Não é o teu.
* Mas me ensinaste que as escolhas constroem o caminho!
- Por ai serás infeliz.
* Mais infeliz o arrependimento me fará
- Azar o teu, foi avisada!
* O dispenso de qualquer lamúria, as consequências e penas quitarei sozinha, se és solitária esta estrada.
Caminharás até quando mulher?
Sofrerás até quando?
Chorará até quando?
O que procuras?
Que respostas? Que carícias?
Quais sonhos ainda lhe faltam despedaçar?
És rainha de teu palco, é inegável, traz nos lábios o sorriso dos amantes.
Mas seu coração sangra as dores da vida, ferido por mil facas.
Que mortalhas quererá?
- És cruel esta estrada, por que segues por ela?
* E que outro caminho tenho eu a seguir, se estes são os rumos escolhidos por este morto coração?
- Tantos outros existem.
* Quantos que eu queira como este? Nenhum outro, não neste momento.
- Repito-lhe não és o teu.
* Se caminho solitária nessa estrada de quem mais há de ser?
- De alguém que o renega como tu o deseja.
* Então não és justo que seja dele e não meu, se é do meu querer e seu rejeito, pode a ocasião ser mais própria.
- O outro será infeliz por rejeitar e tu serás infeliz por escolher.
* Que mundo injusto este! Se sou dócil e busco com afinco alcaçar o final desta jornada que jamais poderei tocar, és possível que quem está a passos poucos da vitória se nega a esticar as mãos? O Deus, porque foste este o teu desejo? Faz-me entender!
Caminhará sozinha.
Consciente que jamais alcançará a vitória.
Ainda assim caminhará sem descanso até a exaustão.
Por que mulher?
Que desejo é este?
Que querer é este?
Que busca mais insensata?
Não posso entender os homens e suas paixões pela vitória,
e menos as mulheres e suas batalhas inglórias.
sábado, julho 24, 2010
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Um comentário:
Batalhas inglórias, mas francas. Sofrimento injustos, mas gloriosos.
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