quinta-feira, agosto 19, 2010

o poema

O som deste poema é rouco,
E seu ritmo é coxo.
A sua forma é irrelevante - talvez um soneto.
(de cinco quartetos)

A estrutura das estrofes é mal escorada
Precisa ser criticada
A rima é exagerada
pobre e antiquada.

O conteúdo é fraco
fragmentado
Perdeu-se nas sílabas
Que não são contadas

A lógica é falha
Rompe e se espalha
Não obedece a métrica
É uma filha bastarda

O poeta lamenta:
"Não posso mexer mais nele
Não há metáfora que ilustre
O poema que não deu certo."

4 comentários:

Pedro Zambarda disse...

O poema que nega ser poema.

O poema que traduz a única realidade possível. Afirmar o que se é, negando. Fragilidade e verdade.

Guilan disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Guilan disse...

pra falar a verdade a meu ver o poema não chega a negar "ser poema"

ele apenas lamenta as imperfeições contidas... ;P

ítalo puccini disse...

uma metalinguagem muito bem feita. que se apresenta como não-sendo, quem sabe.