domingo, abril 06, 2008

Blasé

Biquinho pro lado,
Feições do vaso,
Vernizadas e maleáveis
Como papel almaço.

Tudo se fala,
Pouco se resvala,
Pouco revela.

Reticência armada,
Ares de cilada
Perseguem a cena
Filmada e, teoricamente,
Falada.

Não ter um porquê,
Ver a pomba no fio do poste,
Uma velha sem laquê
Apavorada com diversões
E porre leve de champanhe.

Blasé, saber para quê?
Espere outro anoitecer que vaporize os ares
E venha me dizer histórias, os lares
De quem fez muito,
Ou de quem se omitiu e foi inútil.

Beicinho pra frente,
Cara de quem entende
E o jeito idiota, de repente.

Um comentário:

Guilan disse...

que embaraço!