André ele se denominava,
Andava de madrugada
Com uma bituca do cigarro, amargura.
Gosto azedo em sua boca
Das carícias pouco entendidas,
De deslizes desenrolados, desandadas
Aventuras, uma louca
Amante, serva, moça.
Agora estava sentado na borda da calçada,
Numa lua nublada, numa avenida conturbada,
Tomando ar para o discurso, palavra não gritada.
"Poeto para mim,
Para uma aceitação, um sim
Animado, sem fim.
Discurso, abuso
Do direito incluso
De manifestar luto
Pelo verbo abandonado.
Defendo a poesia desse concreto frio
Nessa calçada, mausoléu e rio
De correnteza das palavras humanas,
Defendo a poesia de televisão,
A prosa das causas artísticas
Enterrada num cotidiano são."
quarta-feira, março 07, 2007
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2 comentários:
Pedro, uma incansavel (sim, estou com um teclado que nao tem acentos) fabrica de poesia e prosa.Cuidado para nao contrair o "mal de Balzac".
Discordo quanto a ele ser uma fábrica, acho que poesias não foram feitas para vender, mas sim para cativar.
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