sexta-feira, julho 04, 2008

Frases do fim do começo do dia.

A Internet é censurada aos turistas. A literatura é pouca.
Estavam eu e meus vinte anos. Cansados e com as pálpebras piscando involuntariamente - cabeça doendo - crianças gritando nas têmporas. Qualquer frustraçãozinha era motivo de quebrar copos, rasgar livros, entortar os óculos e cheirar meias sujas de ontem. Eu procurava soluções dúbias para uma produção procrastinada há muito tempo. Contemplava com o olhar desfocado o quarto imenso, mergulhado em um prato cheio de cores e possibilidades. Várias são plangentes a ponto de desviar-me da minha tarefa principal - aquela tela quadrada, cujas letrinhas pareciam me desafiar a cada momento que eu desafiava a continuar acordado. Eu versus o relógio. Ora, eu já havia gritado antes muitas vezes com Deus, pedindo para que esticasse só um pouquinho a duração dos dias... mas antes que eu novamente me distraia a ponto de perder uma frase genial para este texto, é importante mencionar que a Internet era safada e maliciosa. O Youtube te tragava para uma vastidão surreal de possibildades. A Wikipédia era uma biblioteca indócil, consumidora maldosa de horas. Ah, como eu gostaria de funcionar 24 horas em total lucidez, sem pausa para sono. Eu queria dormir. Maldito botão editar!

2 comentários:

Pedro Zambarda disse...

Geração sem história.
Internet sem memória.
O relógio, a hora inglória,
O homem que dorme na oratória.


Tua geração, minha.
A geração de todas as estórias,
A mentira maior, no meio da escória.

ítalo puccini disse...

gostei da construção do texto.

em certo ponto metalingüístico.

boa sorte pra ti nesse martírio ^^

abração!