É uma fatia do literal
Grito da multidão, diversão
Digital é a fama desse twitter,
Reter informação em pílula,
Ou ter acesso para a porta, pulula
Dados na tela.
sábado, novembro 07, 2009
sexta-feira, novembro 06, 2009
Superação. Supera ação.
Super reação, inversão
De papéis na cama, na lama,
Super retração, retardação,
Inflação do momento,
Larga a mão, minto e não
Desminto o mito.
Esforço contra o peso,
Encaixo seu desejo,
Vou além do ato,
Deixo vir o todo.
Era um dia super,
Num contexo líder
De fracasso, é mister
Ir além do fato, do próprio
Faro.
De papéis na cama, na lama,
Super retração, retardação,
Inflação do momento,
Larga a mão, minto e não
Desminto o mito.
Esforço contra o peso,
Encaixo seu desejo,
Vou além do ato,
Deixo vir o todo.
Era um dia super,
Num contexo líder
De fracasso, é mister
Ir além do fato, do próprio
Faro.
Inspirado na música Muros e Grades, Engenheiros do Hawaii.
Um dia super, uma noite super, uma vida superficial
Entre as sombras, entre as sobras da nossa escassez
Um dia super, uma noite super, uma vida superficial
Entre cobras, entre escombros da nossa solidez
Um dia super, uma noite super, uma vida superficial
Entre as sombras, entre as sobras da nossa escassez
Um dia super, uma noite super, uma vida superficial
Entre cobras, entre escombros da nossa solidez
quinta-feira, novembro 05, 2009
Lenda
O que faz uma lenda viva
Se o solitário
Morreu na véspera
Da sua composição
Não partilho
dessa lucidez
A força é tanta
Que até me espanta
Ao girar o guarda-sol
Fractal de raios
Pretendo
manter a lenda
e canto
farei do espelho
metade
Juntar os cacos
da única obra
mais sozinha
O velho homem sabe
Que lenda vive agora
A moça que corta os pulsos
Infiel seguiu até a morte
Bebeu taças de compunção
Nada adiantou
Se o solitário
Morreu na véspera
Da sua composição
Não partilho
dessa lucidez
A força é tanta
Que até me espanta
Ao girar o guarda-sol
Fractal de raios
Pretendo
manter a lenda
e canto
farei do espelho
metade
Juntar os cacos
da única obra
mais sozinha
O velho homem sabe
Que lenda vive agora
A moça que corta os pulsos
Infiel seguiu até a morte
Bebeu taças de compunção
Nada adiantou
quarta-feira, outubro 14, 2009
a vida é costura

A vida é por um fio. Sempre.
Às vezes, um entrelaçamento de fios. Mais das vezes, embaralhados.
Viver é desfiar palavras.
João sabe disso.
Que João?
O “João por um fio”, criado pelo Roger Mello.
João tem uma história própria. Esse João. Uma história dele. Sobre ele. Uma história que ele deixou compartilhar conosco, seus leitores.
Conhecer histórias é viver também. Um cruzamento de histórias. Costuras de vida.
A história deste João começa assim:
João se pergunta, ao dormir: “Agora sou só eu comigo?”.
Pode ser, respondemos. Como pode não ser.
João sonha quando dorme. O que significa que nem sempre seja ele com ele somente. E há os leitores, claro, que o acompanham enquanto ele dorme.
Os leitores a quem cabem algumas perguntas de respostas-não-prontas:
“Onde é que se esconde a noite que beija João?”
“Quem tem medo de um gigante chamado João? Ou quando é que o gigante dorme?”
“Se João cai no sono, com que paisagens ele sonha?”
“E se o medo derrama, João é que abre a torneira?”
“Que rede segura um peixe maior que a gente?”
“De que tamanho é o furo na colcha que cobre João?”
“Como se para um furo que não para?”
De repente, eis que, num susto, João acorda, e se preocupa: “Quem desfiou minha colcha?”.
Nós, leitores, sabemos quem foi. Ou como foi que a colcha se desfiou. Mas não podemos falar a João. Não podemos porque ele precisa descobrir o desenrolar da sua colcha. Ele precisa sentir como isso aconteceu. Ele precisa aprender a costurá-la novamente.
E João mostra saber disso: “No meio do vazio viu palavras espalhadas no chão”.
Então, ele resolve costurar palavras “como retalhos numa colcha”. E, ainda mais. “Enquanto costura, João inventa uma cantiga de ninar”.
Faz mais do que imaginávamos. Surpreende-nos.
E a nós, que acompanhamos João assim de perto, fica a pergunta: “De que tamanho é a colcha de palavras que cobre João?”.
Mas não fica-nos somente esta pergunta. Por trás dela há outra, que João espertamente nos deixa:
De que tamanho é a colcha de palavras que nos cobre?
E, para respondê-la, cabe-nos fazer como João: ao sonhar, desfiar a colcha que nos cobre, abri-la, explorá-la. Expormo-nos. E, depois, costurarmos palavras que nos cobrirão novamente.
A vida são ciclos, mostra-nos João.
A vida é um se despir para se conhecer.
_ _ _
í.ta**
sexta-feira, outubro 02, 2009
Formalizar o Deformado
É escrever um poema, um resto de teorema,
Ao som e ao áudio do vídeo de Ferreira, o Gullar,
Falando do "antiformalista por excelência" para os ouvidos
Aguçados de Ivan Juqueira, beirando palavras
Das incertezas.
Faz parte da poesia brasileira, que nada tem de portuguesa,
E é verso freguês de bar barato, ato sem muito tato.
Sua destruição é a lei,
É a vez do que se desfez.
Ao som e ao áudio do vídeo de Ferreira, o Gullar,
Falando do "antiformalista por excelência" para os ouvidos
Aguçados de Ivan Juqueira, beirando palavras
Das incertezas.
Faz parte da poesia brasileira, que nada tem de portuguesa,
E é verso freguês de bar barato, ato sem muito tato.
Sua destruição é a lei,
É a vez do que se desfez.
escrever é dar a cara a tapa
publiquei artigo, na quarta-feira, no jornal "hoje", que circula por jaraguá e região.
o título do artigo é o título do post.
é sobre o escrever.
_ _ _ _ _
Escrever deveria ser sempre um incômodo.
o título do artigo é o título do post.
é sobre o escrever.
_ _ _ _ _
Escrever deveria ser sempre um incômodo.
Incomodar, segundo o Novo Dicionário Aurélio, significa, entre outras coisas, causar incômodo a, importunar, desgostar, irritar.Escrever deveria ser tudo isso, pois.
Estar incomodado é estar “levemente indisposto, constrangido”, ainda segundo o dicionário. E todo texto deveria incomodar. Incomodar o escritor e o leitor. Deixá-los indispostos, constrangidos diante do que se escreve e do que se lê.
Uma das finalidades de todo e qualquer texto, literário ou não, deveria ser esta. Já afirmara o crítico Umberto Eco, em seus “Seis passeios pelo bosque da ficção”, que “o texto é uma máquina preguiçosa que espera muita colaboração da parte do leitor”.
E essa colaboração nem sempre deve significar um ato de concordância. Contudo, não significa que deva se tornar rígida e excessivamente discordante.
Um texto cumpre com sua finalidade quando propõe um algo a mais para quem o lê. E para quem o escreve também.
Um algo a mais que reflita num pensar mais elaborado, que signifique um repensar determinado ponto de vista, ou que jogue luz sobre alguns caminhos de compreensão ainda não alcançados.
Se hoje escrevo, é por ler tantas e tantas coisas maravilhosas (e quantas ainda por ler!).
Se hoje escrevo, é porque desenvolvi em mim a pretensão de achar que através de minhas palavras as pessoas também poderiam se sentir tocadas, seja se encontrando em meus rabiscos, seja desenvolvendo uma antipatia pelos mesmos (e consequentemente por mim).
Se hoje escrevo, isso se deve ao trabalho de penso inserido nessa prática. Algo que me alimenta como sujeito. Algo em que acredito que possa alimentar a outros da mesma forma.
Se hoje escrevo é também por acreditar que esse ato possa ser contagioso.
Escrevo porque dói, e porque essa dor é minha fuga. Escrevo para me contradizer e porque ainda não encontrei melhor forma de solidão.
_ _ _
í.ta**
_ _ _
í.ta**
quinta-feira, outubro 01, 2009
O estranho dos estranhos
Vi escapar tão de repente
o trejeito no seu sim
Vi também o ai de mim
que vazou sem se tocar
Vê também que te vêem assim
por causa do teu som
Saiba que não foges aqui
14 mil a te olhar
O estranho dentro do ninho
O mais doido varrido
Um príncipe desvairado
E a moça delatada
A cobra peçonhenta
Na teia encantada
A merda que foi feita
Não serve mais de nada
Vê também quem ri de mim
Tão principe que eu sou
Saiba que aqui estou
Mais vão do que
Tu
O cálice entornado
A rosa desfolhada
A linda namorada
De lábios marejada
Desfilo na parada
Com seios de vinil
E mostro a minha cara
Pra todo o Brasil
Quero tê-lo, mas não tenho como.
o trejeito no seu sim
Vi também o ai de mim
que vazou sem se tocar
Vê também que te vêem assim
por causa do teu som
Saiba que não foges aqui
14 mil a te olhar
O estranho dentro do ninho
O mais doido varrido
Um príncipe desvairado
E a moça delatada
A cobra peçonhenta
Na teia encantada
A merda que foi feita
Não serve mais de nada
Vê também quem ri de mim
Tão principe que eu sou
Saiba que aqui estou
Mais vão do que
Tu
O cálice entornado
A rosa desfolhada
A linda namorada
De lábios marejada
Desfilo na parada
Com seios de vinil
E mostro a minha cara
Pra todo o Brasil
Quero tê-lo, mas não tenho como.
quarta-feira, setembro 23, 2009
Rock Brasileiro
É mutante, é o instável
Contratante, o faminto
Imigrante, rumo ao
Desconhecido reino do
Barão vermelho.
Engenharia havaiana
De quintal, muquirana
Forma de manifestar
Opinião, palavra perdida.
É a coca-cola de uma legião de urbanos,
É o ópio da consciência aberta ao estranho
Jeito de viver neste globo, neste ovo.
Contratante, o faminto
Imigrante, rumo ao
Desconhecido reino do
Barão vermelho.
Engenharia havaiana
De quintal, muquirana
Forma de manifestar
Opinião, palavra perdida.
É a coca-cola de uma legião de urbanos,
É o ópio da consciência aberta ao estranho
Jeito de viver neste globo, neste ovo.
quinta-feira, setembro 17, 2009
As chaves da prisão
Um pouco do teu caráter é
mau; fecha os olhos vaidoso;
puxa a venda;
decide não pertencer
a conhecer o mais negro porvir
É covarde e vai embora
sem se despedir.
A juventude que te é roubada
por quem havia de proteger
É vã, foi há tempos promessa.
Esta chaga que te adoece
cava um poço e atola na lama
faz-te penar à guisa de carma
inveja a luz que já foi tua arma!
Busca refúgio, como se fosse culpado
de um crime imaginário
Te mandam recados escandalizados
Te chamam de otário
Tudo em nome do amor
Foge de casa e esquece
a panela vazia
e a mulher que termina o seu dia
com ar de concubina
Faz tempo que se foi
Meu belo beija-flor
Não voltou mais
Preciso do teu mel
pras amarguras da vida, sim senhor
Faze loucuras tardias
Devaneio, ilusão
Atitude de perdedor
Te perguntei quais são
os sonhos que te fizeram assim...
Sem as chaves da prisão
o mundo se fez em mim
mau; fecha os olhos vaidoso;
puxa a venda;
decide não pertencer
a conhecer o mais negro porvir
É covarde e vai embora
sem se despedir.
A juventude que te é roubada
por quem havia de proteger
É vã, foi há tempos promessa.
Esta chaga que te adoece
cava um poço e atola na lama
faz-te penar à guisa de carma
inveja a luz que já foi tua arma!
Busca refúgio, como se fosse culpado
de um crime imaginário
Te mandam recados escandalizados
Te chamam de otário
Tudo em nome do amor
Foge de casa e esquece
a panela vazia
e a mulher que termina o seu dia
com ar de concubina
Faz tempo que se foi
Meu belo beija-flor
Não voltou mais
Preciso do teu mel
pras amarguras da vida, sim senhor
Faze loucuras tardias
Devaneio, ilusão
Atitude de perdedor
Te perguntei quais são
os sonhos que te fizeram assim...
Sem as chaves da prisão
o mundo se fez em mim
domingo, agosto 23, 2009
Biblioteca
Marco o texto, decoro a página, cerro os olhos
Ao imaginar a desventura, a ternura
Protagonizada, a cena transporta
Minha mente com meus anseios,
Transborda sentimento.
Percorro as estantes de mofo,
As salas esterilizadas e modernas,
Descanso no registro abandonado,
Anestesio minha sede de invadir
Seu cérebro e colidir suas memórias.
Dedicado ao Ítalo Puccini, que tanto fala sobre leituras.
Ao imaginar a desventura, a ternura
Protagonizada, a cena transporta
Minha mente com meus anseios,
Transborda sentimento.
Percorro as estantes de mofo,
As salas esterilizadas e modernas,
Descanso no registro abandonado,
Anestesio minha sede de invadir
Seu cérebro e colidir suas memórias.
Dedicado ao Ítalo Puccini, que tanto fala sobre leituras.
segunda-feira, agosto 10, 2009
o medo que um livro ainda provoca
artigo publicado por mim no jornal "hoje", que circula em jaraguá e região, há três semanas. o título do artigo é o título do post.
_ _ _ _ _ _ _
Causou muita estranheza e revolta nos meios literários e educacionais, no mês passado, a retirada de mais de centenas de milhares de exemplares do livro “Aventuras Provisórias”, do escritor catarinense, radicado em Curitiba, Cristovão Tezza, o atual ganhador do maior prêmio de literatura do país, o Jabuti, com o romance “O filho eterno”. Mais estranheza e revolta ainda se deveu ao fato de que o Governo do Estado de Santa Catarina comprou mais de cem mil exemplares do livro citado e, depois de ter gasto um montante para este fim, retirou-os de circulação das escolas catarinenses. Tudo isto devido ao chilique de alguns pais e professores alienados, que argumentaram que o livro continha elementos “perigosos” para os adolescentes: alguns palavrões e referência a uma relação sexual. Como se na vida para além dos livros os adolescentes não estivessem em contato com esses “perigos”. Imagino que estes mesmos pais e professores tenham cortado as novelas televisivas de seus filhos e alunos também. Seria o mais coerente.
A literatura, assim como as outras formas de arte, nada mais é do que a representação da vida, de fatos vividos por todos nós, independentemente de sexo, raça ou credo. Não levar isso em conta é dar topada nos livros, é desaprender com eles ao abri-los. Assim como não existem escritas inocentes, da mesma forma não existem leituras inocentes. “Toda história é uma interpretação de histórias: nenhuma leitura é inocente”, já afirmara o crítico literário Alberto Manguel. Não há como se ler algo sem relacionar a outro algo, ou já lido, ou já ouvido, ou já presenciado. É dessa forma que a leitura, seja ela literária, seja de jornais, revistas, de imagens, ou de qualquer outro meio, enriquece aquele que dela faz uso.
O ato de ler pressupõe uma leitura não somente de textos, de palavras escritas. Não somente de imagens ou de sons. Mas sim uma leitura de nós mesmos e daqueles com quem convivemos. Ler é, também e principalmente, saber ler a si mesmo e ao outro com o qual se estabelece uma relação de viver. E cada leitor constrói uma história própria de suas leituras, assim como cada texto apresenta também sua história própria. É preciso levar isso em conta ao se escolher, por exemplo, um livro para se trabalhar em sala de aula. É preciso saber que a vida não pulsa somente na televisão ou no cinema hollywodiano. Ela está, também, nos livros, e não somente nos de contos de fadas infantis ou nos best-sellers de fórmulas prontas. Ela pulsa da mesma forma nos livros de um Cristovão Tezza, de um Rubem Fonseca, de um Marçal Aquino, de um Dalton Trevisan. Privar alguém de conhecer a vida por este meio é lhe cercear a liberdade de aprender com o livro, este elemento de subversão que ainda provoca medo naqueles que querem ter o mundo para si e aos seus olhos como se fosse uma bola de futebol.
A literatura, assim como as outras formas de arte, nada mais é do que a representação da vida, de fatos vividos por todos nós, independentemente de sexo, raça ou credo. Não levar isso em conta é dar topada nos livros, é desaprender com eles ao abri-los. Assim como não existem escritas inocentes, da mesma forma não existem leituras inocentes. “Toda história é uma interpretação de histórias: nenhuma leitura é inocente”, já afirmara o crítico literário Alberto Manguel. Não há como se ler algo sem relacionar a outro algo, ou já lido, ou já ouvido, ou já presenciado. É dessa forma que a leitura, seja ela literária, seja de jornais, revistas, de imagens, ou de qualquer outro meio, enriquece aquele que dela faz uso.
O ato de ler pressupõe uma leitura não somente de textos, de palavras escritas. Não somente de imagens ou de sons. Mas sim uma leitura de nós mesmos e daqueles com quem convivemos. Ler é, também e principalmente, saber ler a si mesmo e ao outro com o qual se estabelece uma relação de viver. E cada leitor constrói uma história própria de suas leituras, assim como cada texto apresenta também sua história própria. É preciso levar isso em conta ao se escolher, por exemplo, um livro para se trabalhar em sala de aula. É preciso saber que a vida não pulsa somente na televisão ou no cinema hollywodiano. Ela está, também, nos livros, e não somente nos de contos de fadas infantis ou nos best-sellers de fórmulas prontas. Ela pulsa da mesma forma nos livros de um Cristovão Tezza, de um Rubem Fonseca, de um Marçal Aquino, de um Dalton Trevisan. Privar alguém de conhecer a vida por este meio é lhe cercear a liberdade de aprender com o livro, este elemento de subversão que ainda provoca medo naqueles que querem ter o mundo para si e aos seus olhos como se fosse uma bola de futebol.
í.ta**
segunda-feira, agosto 03, 2009
0 1
direita ou esquerda
pra cima ou pra baixo
certo ou errado
vai ou vem
ser ou não ser
vivo ou morto
positivo ou negativo
aceso ou apagado
verdade ou mentira
amigo ou inimigo
amor ou ódio
coragem ou medo
a vida é booleana
pra cima ou pra baixo
certo ou errado
vai ou vem
ser ou não ser
vivo ou morto
positivo ou negativo
aceso ou apagado
verdade ou mentira
amigo ou inimigo
amor ou ódio
coragem ou medo
a vida é booleana
Festa cheia
Uma coisa leva à outra, e essa a mais uma.
Uma festa, longe de casa, longe de regras.
O limite nem mais é a consciência, a moral.
O raciocínio esvai-se, apenas se mexe.
-Anda, mexa-se!, diz a situação,
Alguém que não se mexe, não existe em tal lugar.
Está tão frio, por que não bebe algo para esquentar?
Taças, e copos, e taças, música, copo, música.
A música gira o mundo, o pensamento, o chão.
Música, copo, música, copo, copo, corpo...
Tudo balança e mexe como uma harmonia.
O álcool no sangue, parece combustível.
A música o motor, o chão a estrada,
estrada que vai levando, levando...
Apenas curte esse momento, curte,
pois não se sabe se é permitida
uma lembrança do que ocorrer.
O corpo se mexe por impulso.
Tudo vai ficando mais extenso, intenso.
Tudo vai...girando...andando...mexendo...
O corpo que não é meu,
também se mexe, se mexe como eu,
Mas tal como o meu, não tem rosto.
Só tem corpo, copo, corpo, copo...
A festa estende-se pela noite sombria.
A memória esvai-se pela festa cheia.
Cheia, cheia, cheia de corpos sem rosto.
Uma festa, longe de casa, longe de regras.
O limite nem mais é a consciência, a moral.
O raciocínio esvai-se, apenas se mexe.
-Anda, mexa-se!, diz a situação,
Alguém que não se mexe, não existe em tal lugar.
Está tão frio, por que não bebe algo para esquentar?
Taças, e copos, e taças, música, copo, música.
A música gira o mundo, o pensamento, o chão.
Música, copo, música, copo, copo, corpo...
Tudo balança e mexe como uma harmonia.
O álcool no sangue, parece combustível.
A música o motor, o chão a estrada,
estrada que vai levando, levando...
Apenas curte esse momento, curte,
pois não se sabe se é permitida
uma lembrança do que ocorrer.
O corpo se mexe por impulso.
Tudo vai ficando mais extenso, intenso.
Tudo vai...girando...andando...mexendo...
O corpo que não é meu,
também se mexe, se mexe como eu,
Mas tal como o meu, não tem rosto.
Só tem corpo, copo, corpo, copo...
A festa estende-se pela noite sombria.
A memória esvai-se pela festa cheia.
Cheia, cheia, cheia de corpos sem rosto.
domingo, agosto 02, 2009
Encontro dos rostos
Encosto meu desejo
Nos poros presentes,
Recordo do gosto
No momento do beijo.
Afasto e abro
As pupilas e os lábios,
Vejo meu rosto
No sorriso dos teus olhos.
Nos poros presentes,
Recordo do gosto
No momento do beijo.
Afasto e abro
As pupilas e os lábios,
Vejo meu rosto
No sorriso dos teus olhos.
Um texto definitivo para alguém...
Seria uma carta, um e-mail inesperado, uma comunicação diversa, um ato que é reflexo do tempo com telefonema que não incomoda, são as palavras que saltam da boca.
Seriam todas as citações que eu li sobre nós, teria toda a palavra que diz algo sobre você, seria um intertexto entre mídias e seria meu contexto na sua vida, em rimas podres, pobres, mas conscientes.
Seriam todos os meus textos. Os textos de todo mundo. Seria a falta de foco e todo o foco do mundo no que você é. Seriam meus dedos e os dedos que me reforçam apontados para o que eu sinto, para a conexão do recinto.
Não seria conclusivo e nem inclusivo. Seria subjetivo. Será que é mesmo definitivo?
Progressão
Jazz em improvisação, desce os instrumentos em sincronia,
Pensa a harmonia que os unia, sobe a nota com precisão,
Experimenta efeitos, seleciona notas
E toca a alma, desarma.
Pensa a harmonia que os unia, sobe a nota com precisão,
Experimenta efeitos, seleciona notas
E toca a alma, desarma.
Augusto Sentimento
É reduto do contentamento
Sereno da minha mente,
É o templo da semente da flor,
É tempo da maturação da cor.
Sereno da minha mente,
É o templo da semente da flor,
É tempo da maturação da cor.
domingo, julho 26, 2009
Sobre o silêncio (e outros)
Dedicado a Priscila de Mello Jordão
Acho que só tenho duas mãos, dois olhos,
Um silêncio perpétuo de muitos, o ruído cativante de outros.
Falam que o contato é o mais sublime dos sentimentos. Mais importante do que expressar, é a informação trocada, os sentimentos e as compreensões geradas em conjunto. Coletivos inteligentes. Anizades. Grupos. Interação. Casais. Pais e filhos.
Manifestar alguma coisa não é apenas botar em palavras, nem em gestos. Tudo significa alguma coisa, seja por intenção ou apenas pela inércia de qualquer atitude. Pode não ter o sentido que você compreendeu, mas tem uma associação simples. Ou mais complexa.
O silêncio é outra atitude que comunica. Não são poucas pessoas que dizem que ele resolve situações. Menos ainda aquelas que dizem que o distanciamento é a resolução de muitos embates que não podem ser resolvidos no momento. Silêncio e tempo são abusados de seus significados.
Em música, em teoria musical, silêncio é um intervalo de notas que, agregadas em conjunto, gera o sentido da música. Pode ser entendido por outra palavra: pausa. No entanto, só faz sentido dar uma interrupção brusca se existem palavras entre cada silêncio.
Tudo comunica. Então, valorizar demais as palavras seria subestimar o valor delas. Seria achar que berros valem a pena, quando são tribais. Por outro lado, valorizar o silêncio é morrer corroído pelos seus próprios pensamentos. Morrer de ego. Não existem tempos que resolvem o problema de uma vida, e muito menos pausas que solucionam problemas de melodias. A música se resolve. O processo é o todo de uma obra, não o final. A comunicação deve rolar como ela quer: pela vontade das pessoas envolvidas.
Se você espera um silêncio que acabe com todos os males ou uma palavra que dê a salvação para toda a disarmonia, é melhor morrer tragado pela impiedade do tempo. É melhor morrer de esperança. Eu sinceramente não me categorizo nesse quesito. Quem domina seu tempo, normalmente decide suas atitudes. Eu não tenho esperanças.
Acho que só tenho duas mãos, dois olhos,
Um silêncio perpétuo de muitos, o ruído cativante de outros.
sábado, julho 25, 2009
A transada perfeita
Não foi traçada na história dos homens,
É a fornicação que foge da visão comum,
São corpos sobrepostos, sorrisos dispostos,
E nenhuma lembrança além dos gemidos.
É um filme pornô sem história,
Sem televisão, sem memória.
É a fornicação que foge da visão comum,
São corpos sobrepostos, sorrisos dispostos,
E nenhuma lembrança além dos gemidos.
É um filme pornô sem história,
Sem televisão, sem memória.
Fala interminável
Só ocorre no seu lamentável estado
De não querer ouvir, no devir
Da comunicação, espaço
Fechado, cada um
No seu quadrado.
De não querer ouvir, no devir
Da comunicação, espaço
Fechado, cada um
No seu quadrado.
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