Quando eu morrer, que me queimem
Ninguém vai ganhar dinheiro vendendo caixão
Ou pedaço de terra em cemitério.
Também não comprem velas
Ou gastem lágrimas
Pois nada me traz de volta.
Que doem meus pertences
Tudo aquilo que consegui trabalhando
Ou o que ganhei em meus aniversários.
Mas rasguem as fotos e queimem as roupas
Destruam os vídeos
Apaguem os registros
Que não sobre cheiro, nem gosto
Nem imagem, nem som
Do que um dia eu fui
Porque quando eu morrer
Eu quero ir decerto
Nada mas me ligará a este mundo.
Que não chorem os pais que se foram
Os amigos também já mortos
A mulher que não tive
E o filho que eu nunca criei
Quero apenas estar vagando junto ao vento
E cada pedaço voará para um canto
Tocará uma casa, uma árvore, uma pessoa
E eu estarei em todo lugar
Serei parte do mundo que me abrigou
E do qual eu fugi
Para sempre
quinta-feira, novembro 08, 2007
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7 comentários:
The Lifestream...
Eu ainda prefiro estar presente em fotos. Por mais que você queira se apagar, você está em coisas mínimas.
[quote]
Eu ainda prefiro estar presente em fotos. Por mais que você queira se apagar, você está em coisas mínimas.
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cheiro de minimalismo(o que se tornou artigo de moda).
Nem toda a boutique é vagabunda, ou perua.
Mas não resisto a te importunar.
Me lembrou Álvaro de Campos, talvez a mais ninguém, e pareça errado, mas a mim sim. Talvez por essa revolta contra os refrões da vida.
Muito bom... Se me permite, surpreendentemente bom...
É o tipo de poema com o qual eu me identifico...
Mto bacana
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