terça-feira, janeiro 29, 2008

Etilismos

Vejo o homem cambaleando,
ridiculamente sublime,
sem consciência do que faz,
sem sofrimento pelo que é.

Eu também cambaleio
pendendo para o lado,
cambaio para o esquecimento,
sentindo o mundo como ele é
ou talvez como poderia ter sido,
quiçá como gostaria que fosse.

Imerso nos sentidos e sensações
sequer ouso pensar em algo,
receoso de afugentar essa alegria
etílica e artificial, é verdade,
mas muito mais espontânea que
essa carapaça de sombra e sarcasmo.

Evito pensar na vida, pensar em algo,
pois a felicidade é a aptidão natural
de quem não pensa nem se preocupa.
Tento guardar meu rebanho de idéias negras
minha floresta de de sonhos inconjuntos.
Fracasso. E escrevo esse poema.

2 comentários:

Pedro Zambarda disse...

Afinal de contas.

Realidade ou ficção?

Kadavro disse...

É, como diria Caeiro: "Fizeste-me infeliz por me fazer pensar sobre felicidade."

Nossa! Agora que caiu a ficha!