quarta-feira, dezembro 05, 2007

Líquido

Não posso ter protagonizado outro excremento
Devo ter engolido um pouco deste ungüento.

É,
Derramei um xarope que derretia mãos
Esburacando o chão com gotas gordas, disformes
Parecia uma super-diarréia, vazando por falsos buracos
Era produto tóxico de uma mente ofegante, fumegante
Os pés mesclavam-se àquele solo lunar, cheio de crateras
Convoco esfregão augusto para limpar a textura desta meleca
Aproveite e venha saborear estes restos de moela, crua

Eu prometi matar, no entanto
Você precisa beber este líquido, amaro conteúdo
Perfunctório xorume escorregando por esta torneira
Líquido hediondo originário do mais sublime morgue
Concretize nosso pacto infecto, mãos de acetato
Sorva meu destilado lixívio
É,
um alívio.

Um comentário:

Pedro Zambarda disse...

No começo e no fim, parece um ser que gostaria de envenenar alguém e acabou se matando.

Mas o desenvolvimento me lembrou uma úlcera. E das brabas.