"Um homem fala ao telefone por detrás de uma divisória de vidro; não o ouvimos, mas vemos sua mímica sem alcance: perguntamos nós próprios por que vive ele."
O Mito de Sísifo, Albert Camus.
"O processo de Camus está inteiramente achado: entre personagens de que fala e o leitor, Camus vai intercalar uma divisória envidraçada. Com efeito, que há de mais inepto do que uns homens atrás de uma vidraça? Parece que o vidro deixa passar tudo, mas estanca somente uma coisa, o sentido de seus gestos. Falta escolher a vidraça: será a consciência do Estrangeiro"
Texto crítico do filósofo Jean-Paul Sartre, sobre Camus, na década de 1940.
Passo a mão em retratos empoeirados,
Em álbuns amarelados, em pedaços
Entregues aos vermes que marcham
Contra a vontade de sobreviver,
Passo a mão no toco do charuto
Cubano que asfixia o escritório.
Pela lente ocular externa,
Vejo meus próprios atos,
Pela minha mente em caminhada
Lenta, vejo meu significado,
Meu exercício filosófico, minha vigilância
Constante, a tentativa em vão de colocar
Sementes na estufa.
Uma estufa de maconha, as idéias estocadas,
Arquivadas, a lua que não mais consola,
Os sóis sem nenhuma escola,
Não acordo mais para aprender.
Digressão, ondulação das estatísticas,
E a vida vive a ser observada,
O calor queima suas folhas, suas amostras,
Estamos nos consumindo sem
Nem nos entorpecer.
Ondulação, ascensão, locutores expressam
Seus roteiros, acho que agora entendo,
Estou deslocado do meu corpo,
Estou retorcendo minha alma, minha ama
Escrava, estou embaçando meu vidro.
A plantação derrete sobre o ácido de minhas indefinições.
Em álbuns amarelados, em pedaços
Entregues aos vermes que marcham
Contra a vontade de sobreviver,
Passo a mão no toco do charuto
Cubano que asfixia o escritório.
Pela lente ocular externa,
Vejo meus próprios atos,
Pela minha mente em caminhada
Lenta, vejo meu significado,
Meu exercício filosófico, minha vigilância
Constante, a tentativa em vão de colocar
Sementes na estufa.
Uma estufa de maconha, as idéias estocadas,
Arquivadas, a lua que não mais consola,
Os sóis sem nenhuma escola,
Não acordo mais para aprender.
Digressão, ondulação das estatísticas,
E a vida vive a ser observada,
O calor queima suas folhas, suas amostras,
Estamos nos consumindo sem
Nem nos entorpecer.
Ondulação, ascensão, locutores expressam
Seus roteiros, acho que agora entendo,
Estou deslocado do meu corpo,
Estou retorcendo minha alma, minha ama
Escrava, estou embaçando meu vidro.
A plantação derrete sobre o ácido de minhas indefinições.
Tenho uma vidraça me protegendo,
Resguarda a vida ácida que me persegue.
Vivo de escrever, vivo de criar textos e guias para perdidos,
Sendo que os mais desorientados são meus olhos escritos à caneta.
Vivo de escrever, vivo de criar textos e guias para perdidos,
Sendo que os mais desorientados são meus olhos escritos à caneta.
3 comentários:
este é o salto da locusta
olhando de longe e cricrilando
canções sobre essa vida ingrata
fantastico o texto pedro..sem mais comentarios
Quiçá seja a hora de trocar de óculos, apagar as luzes ou coisa parecida...
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