Sempre que desligo o telefone, me vem a melancolia, aquela que me estampa na cabeça que você não está aqui e me faz inventar diálogos e declarações de amor que eu deveria ter dito mas não disse e nunca digo.
Só, vou fumar na janela, sugando a fumaça como se sua língua, confundindo a vertigem do fumo com a que você me traz. Depois passo a boca pelo meu braço direito, quase na altura do ombro, até acabar mordendo-o, de fúria de ser só braço.
Por que não digo e me acabo na invençao?
Talvez o medo da realidade, perdível, me faça inventar um você indelével.
Desculpe, eu não sei ser romântica a não ser pra mim. Certas palavras não existem para ser ditas. Guardo-as, com medo de quebrar essa regra autoimposta. Certas palavras são como nossas duas pernas juntas: sem anúncios, sem saber como, existem na sensação, debaixo de um lençol.
quinta-feira, fevereiro 28, 2008
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Um comentário:
Carta indigesta. Inversa ao real propósito da conversa.
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