segunda-feira, outubro 08, 2007

A diva vazia

desperto

amortecido nesta cavidade

e esta entranha

toda exposta

maldisposta

recusa-se a cicatrizar


......
......

apresento-lhes

a Rainha das Meretrizes, Bocetrizes

Cuja lembrança resgatada

dos recônditos esquecidos

das dobras do ocaso

mais oca que um santo barroco

......

traga me o fim

o vácuo abismal

a escuridão perfeita

as pétalas da noite

que desenham verdades

acabou, por ora.

......

aquele grito

delicioso

delineia a noite

como maquiagem de pobre

um minuto depois

e já foi embora

hão de convir, sadismo autêntico

sobrou uma vã existência

vestida de negro

com seu mais estupendo

vaticínio - gracejante

......

A diva vazia, supérflua

de alma lânguida, álgida

aflige o escritor, chula

com puto poder de sedução

......

É o fim

Diva, traga me o fim

um abismo para eu cair

espadas para a mim trespassar

volto ao meu pó

o mais puro nada

este vazio?




...

2 comentários:

Anônimo disse...

Vazio, o estado de vaso
Por onde o nada circula
Delineia, o cerca de firula
E antes que vê, já jaz no ocaso

Pedro Zambarda disse...

Um torpor oco.