segunda-feira, outubro 22, 2007

Verbonominal Transgressão

Transgrido, transgressiono o algoz
Aquele que me pressiona me impressiona
Com sua altiva capacidade de convencer

Convencer-me a tentar corretamente escrever
O atroz idioma...
Que a verbos flexiona e me curva
Minha visão de criativez turva
E eu transgrido ele! Ah se ele transgrido sim!

Rompo! O desmantelo! Apresento-lhe seu descalabro!
Sua ruína!
Fascina até o facínora que escreve
Que se atreve a desafiar, desafinar
Toda a consonância léxica

Apegando-se aos valores semânticos de composições e derivações impróprias
Mas o que são derivadas senão meras funções?

Funções! Sintáticas, escalafobéticas, matemáticas!
Mate! Má! Ticar!

Escalofobia! Medo! De escalas, escadas, fobia, pavor...
Devaneios de uma alínea e linear linha de luci... dez?
Que luz nas trevas de pensamentos?
Que luz na escuridão do tormento de não saber?

Escrever? Não mais direitamente.
Para que penetrar surdamente se o silêncio estraga a diversão?...

Infrinjo! Gasto meu célebre cérebro, célere também!
Como uma onda, vai, vem...
Como na estação um trem. Outrém...

Para que não usar-se de digressões
Agressões à coesão! À coalizão, máfia do idioma
Indústria que julga a cultura; juga...

Para eles, o real
Idioma é cutura
CU tura
Cobretura
Cobertura
Fachada
Farsa
Falso
Fosso.

Um comentário:

Pedro Zambarda disse...

Senti uma estocada no peito pelo seu poema. E uma dor pela limitação.

Ou uma brincadeira com dores e limites. Uma transgressão de sentimentos e tradições.