Em homenagem ao meu amigo William Gnann.
Por um simples trocadilho com a palavra me fez voltar nesse assunto.
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Os olhos traiçoeiros dormem, dobrem
A vigilância, recobrem a tolerância,
Olhos traiçoeiros não podem ter ganância.
Olhos traiçoeiros despertam
Lamentos, inconformados
Andam os homens, desinformados
Seguem seus sistemas.
Planetas revelam arenas
De batalhas sem temas,
De propósitos sem lemas,
Planetas revelam armas
Sem qualquer dilema.
Não há tempo pra pensar,
Não há luz para imaginar.
Unir verso é desunir o avesso,
Aceite os olhares traiçoeiros,
Universo é aversão ao único texto,
Aceite os olhares traiçoeiros,
Verso unificado não é solitário,
É arbitrário, é dúbio,
Sempre causa dúvida.
O tecido, a malha, envolve o relógio,
Meu horário não espera refúgio,
Unir avesso, unir desalinhados,
Meu cosmo vibra uma luz sem alvos.
O cosmo vibra uma luz sem laços,
Ficam soltos os abraços amargos
Que não recebo, fica a idéia que não concebo.
O cosmo vibra uma união de versos,
Versículos de uma oração sem pontos,
Desatadas estão nossas estrelas,
Me perdi em minhas próprias
Maneiras.
Unir verso.
Universo.
Unir inversos.
Universos.
Unir invernos.
Unir infernos.
Universo.
O cosmo vibra a união
Da desunião com o embrião.
O cosmo vibra desilusão
Da interpretação sem visão.
terça-feira, outubro 02, 2007
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5 comentários:
A rima, a letra; o cosmo
Consonam numa desarmonia
Que ora caos, ora entropia
Concertam as letras assim mesmo
E verte ao verso, a vertente
Da escrita extirpa o significado
Como o caldo caído da caldeira quente
Que quando ebule é dela retirado
Depois, de destilado ao poema
O significado da palavra plena
É passível ou não de ser interpretado
Mas cabe agora a quem vê o texto
Decidir em qual desejado contexto
Deve-se inserir final signficado!
Seus versos de comentário conseguem ser melhores que meus titulares.
delícia de poesia. adorei!!
Nossa...
Muito boa... Me impressionou, belas rimas, principalmente na antepenúltima estrofe...
Meus parabéns
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